Entrevista de Sergio Guerra para a Folha

01 junho 2010


FOLHA - Como o sr. vê esse episódio?
SÉRGIO GUERRA - Essa questão não é nem com o Fernando Pimentel (um dos coordenadores nacionais da campanha de Dilma), nem com os aloprados, nem com a ministra Erenice Guerra (Casa Civil). É com a Dilma mesmo. Os aloprados de plantão, gente que montou uma fábrica de dossiês, estão a serviço da campanha dela, trabalhando para ela, em processos que nem nós nem o Brasil aceitam.

FOLHA - Na campanha de 2006, o PT também tentou comprar um dossiê contra o Serra.
GUERRA - É o modus operandi deles. A montanha de dinheiro que apareceu para ajudar o candidato do PT em São Paulo até hoje ninguém sabe a origem dela. No episódio do dossiê contra a dona Ruth, a ministra Dilma desconversou, não explicou nada. Tem que dizer quem fez, quem paga, quem está cuidando desses dossiês. No nosso campo, não tem ninguém pensando em dossiê contra ninguém.

FOLHA - Esse chamado “grupo de inteligência” do PT acusa o PSDB de também manter uma estrutura de investigação na campanha, que seria coordenada pelo deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ).
GUERRA - O Marcelo Itagiba está disputando um mandato de deputado federal no Rio, não passa nem pela campanha do Serra. Está a quilômetros da campanha do Serra. Mentira pura, fraude, safadeza. Não tem nada disso.
A campanha deles já demonstrou para quem quisesse ver que não respeita a lei, que se utiliza de gente sem responsabilidade para fazer acusações de baixo nível e agora reúne gente para organizar dossiê contra candidatos que competem com eles. Isso é um absurdo, nós não aceitamos isso. Nós temos conduzido a nossa conversa com o PT em outro padrão. Divergência sim, mas no limite da convivência respeitosa.

FOLHA - O PSDB vai tomar alguma medida concreta contra isso?
GUERRA - Amanhã teremos reunião da bancada. Já conversei com o presidente do DEM (Rodrigo Maia) e do PPS (Roberto Freire). Nós não vamos deixar isso por menos.
Mas o principal é que a candidata Dilma fale, explique e se justifique. Não dá para se esconder também nessa. Ela nunca explicou nada. Não se explicou no episódio da dona Lina [Vieira, ex-secretária da Receita Federal], não se explicou no caso do dossiê da Dona Ruth, no episódio do currículo [em que havia informação incorreta que Dilma havia completado mestrado na Unicamp]. É um padrão que ela está demonstrando. Vamos ver agora onde ela vai se esconder diante de um fato desse gravidade. Uma campanha organizando dossiê contra uma outra campanha, secreto, escondido, vergonhoso. Isso não pode perdurar. Nós não tratamos assim os nossos concorrentes. Não os tratamos como inimigos, mas como adversários.
Do nosso ponto de vista, ganhar, perder faz parte da luta. Importante é que no final a democracia e o país melhorem. Não é promovendo ações sujas que o país vai progredir.

DEM
O DEM divulgou nota para dizer que condena o que chama de baixaria do comitê da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.
Segundo a nota, assinada pelo presidente do partido, deputado Rodrigo Maia (DEM), é de conhecimento púbico que profissionais ligados a campanha de Dilma criaram uma lista de alvos que é encabeçada pelo pré-candidato tucano, José Serra. O DEM diz que não é a primeira vez que isso acontece contra Serra.
“A democracia não comporta métodos ilegais, caso de varreduras telefônicas sem autorização da Justiça, entre outras atividades que nada têm a ver com a rotina da vida pública. Há nomes e sobrenomes dos autores do esquema de espionagem e, na avaliação do Democratas, tais personagens devem ser afastados imediatamente do universo da disputa eleitoral”, afirma a nota.
O texto cita o caso dos aloprados quando em 2006 petistas tentaram comprar um suposto dossiê antitucano.
“Não é pedir demais solicitar que o processo eleitoral possa ser realizado de acordo com as regras legais.”

Anacronikus:
Sérgio Guerra foi direto ao ponto.
Há que se dar explicações e a pessoa certa para fazê-lo é Dona Dilma Rousseff.
Esta quadrilha já fez muitos estragos neste país, comandada por um desclassificado como LuLLa.
A irresponsabilidade de ambos já ultrapassou todos os limites legais, tanto do bom senso ( seria pedir demais ) quanto do carater que se exige de homens públicos ( são bandidos, também seria exagêro pedir-lhes isto ).

 
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