Porteira aberta, gado solto.

22 maio 2010


Em ano eleitoral, o Congresso está ávido para aumentar o pacote de bondades. Depois de aprovar projeto que reestrutura a carreira de funcionários da Câmara, o Senado prepara-se para votar, na próxima semana, o aumento salarial de seus servidores, numa jogada que tem o potencial de gerar uma despesa combinada aos cofres públicos de R$ 1,2 bilhão no ano que vem.
O reajuste para cerca de 3,5 mil servidores e 1,2 mil ocupantes de cargos de natureza especial (CNEs) que trabalham na Câmara passa a valer a partir de 1° de julho. O aumento foi aprovado durante votação a toque de caixa de uma série de matérias legislativas, aproveitando a análise do projeto Ficha Limpa, que tinha apelo da sociedade.
Os senadores tentaram incluir também o aumento de seus servidores, mas diante da falta de detalhes do projeto, vai se tentar votar novamente na próxima semana. “Na semana que vem se coloca em votação”, disse o primeiro secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI). Ele ficou encarregado de produzir um consenso entre os colegas senadores.
O projeto está sendo discutido dentro da reforma administrativa da Casa e está a cargo dos senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Tasso Jereissati (PSDB-CE). O tucano foi contra a votação na última quarta-feira sob argumento de que o reajuste deveria ser analisado em conjunto com amplas alterações e não isoladamente.
Apesar de estar sendo guardada a sete chaves, a reestruturação da carreira do Senado traz um reajuste médio de 30%, com um custo de R$ 300 milhões esse ano e R$ 600 milhões a partir do ano que vem. Segundo fontes ouvidas pelo Correio, há pressão de servidores para que a proposta inclua bonificações nos salários-base. Esse seria o motivo de ter sido postergada a votação.

Anacronikus:
Chega a ser de mau gosto ver figuras proeminentes da oposição comandando uma situação destas num momento que as casas legislativas gozam de um prestógio mediocre junto à população.
Deveria existir um PROCON para estes caras.

 
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