A BANCOOP DA DILMA

08 junho 2010


A trama para montar uma central de dossiês no comitê de Dilma Rousseff trouxe à ribalta um personagem até então desconhecido que tem transitado com desenvoltura entre os bastidores da campanha petista e a máquina de contratos do governo federal.
Conhecido como Bené, o jovem empresário brasiliense Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, de 34 anos, ficou rico no governo do PT e, discretamente, tornou-se uma espécie de filantropo do comitê de Dilma. Encarregado de cuidar das finanças e da logística da megaestrutura montada em Brasília para servir à pré-campanha petista, o empresário participou até das negociações com os arapongas contratados pelo comitê para produzir dossiês contra adversários de Dilma.
O empresário chegou à campanha pelas mãos do núcleo mineiro do comitê petista, capitaneado pelo ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. Até semana passada, ele vinha trabalhando ao lado do jornalista Luiz Lanzetta, afastado da campanha após aparecer como pivô da estratégia de organizar um bureau de espionagem no comitê do PT.
A história de Benedito é um caso de sucesso em negócios com o poder público. Desde 2004, as duas principais empresas de sua família, a Dialog e a Gráfica Brasil, faturaram R$ 214,4 milhões em contratos com o governo federal. Para garantir contratos tão volumosos, as duas empresas têm recorrido a um procedimento condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU): primeiro elas apresentam propostas abaixo do valor de mercado e, depois de vencida a disputa, se utilizam de uma brecha na lei de licitações para obter contratos em outros órgãos sem necessidade de nova licitação.

Bastidores

Na pré-campanha de Dilma, Bené foi o responsável pela locação de pelo menos duas casas que abrigam a estrutura petista. Até a casa onde Dilma mora, no Lago Sul de Brasília, foi ele quem providenciou. Também foi Bené quem se encarregou de trazer ao Brasil os norte-americanos da Blue State Digital, uma das empresas que cuidaram da campanha de Barack Obama na internet. Junto com Scott Goodstein, a empresa vai atuar na campanha de Dilma.
Com fama de bom administrador, Benedito passou a gerenciar as finanças do bunker montado pelo grupo de Lanzetta. Sempre que havia uma nova despesa, ele era acionado. O empresário participou pessoalmente de reuniões para tratar a contratação de arapongas pelo comitê de Dilma. Em abril, esteve em encontro no restaurante Fritz, em que emissários da campanha negociaram a contratação do delegado aposentado da PF Onézimo Sousa e do ex-agente do serviço secreto da Aeronáutica Idalberto Araújo.

Silêncio

Desde a semana passada o jornal O Estado de S. Paulo tenta falar com o empresário, sem sucesso. Nas empresas, funcionários disseram que ele não estava. Na sexta-feira, a pedido do assessor de imprensa, a reportagem enviou uma série de perguntas ao empresário. Até ontem as respostas não haviam chegado.
A assessoria de Dilma disse desconhecer o empresário. Afirmou que a pré-candidata não tem responsabilidade sobre eventuais relações de Bené com Luiz Lanzetta. Na sexta-feira, Lanzetta disse: "A casa é minha, da minha empresa, entra lá quem eu quero." Indagado sobre os serviços prestados à campanha, ele respondeu: "Numa campanha, todo mundo auxilia, todo mundo ajuda, pede ajuda para um, pede um auxílio para outro.

ANACRONIKUS:
Dona terrorista, disse agora na CBN que nunca viu os docuumentos que estão nas mãos da quadrilha que toma conta da campanha dela.
Ministra, tenho a maior parte deles. Se a senhora me fornecer seu email, encaminho todos eles.
Voltando, o PSDB deve começar a investigar esta empresa.
R$ 214 milhões não é pouca coisa.
Bancar a campanha da terrorista com dinheiro vindo desta forma, pode configurar crime.

 
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