Vou pegar o gancho.

31 maio 2010


Vou pegar o gancho desta discussão, pois sou parte interessada nela.
O assunto?
O anonimato na internet.
Estou acompanhando esta queda de braço entre o Coronel ( Coturno Noturno ) e o Noblat.
Acho interessantíssima a discussão.
Os aspectos nela envolvidos, é o que me atrai.
Exitem , em qualquer profissão, os maus e os bons profissionais.
Esta é uma regra inabalável e imutável, pois existem pessoas boas e as más intencionadas.
A primeira pergunta que faço:
1) Por que do anonimato?
Muitos blogueiros que se protegem ( não se escondem ) atrás do anonimato, o fazem por muitos e vários motivos.
Profissionais, negócios com empresas do governo, falta de estrutura de apoio para que, em casos de perseguição, possa se defender ou "virar" o jogo a seu favor, simples desejo de ser anônimo e por aí vai.
Os grandes blogs, comprados, vendidos, apoiadores desta ou daquela candidatura ou partido, ou pertencentes a jornalistas empregados em grandes veículos de comunicação, tem atrás de si, toda uma estrutura sempre pronta a fornecer os meios ( todos ) de não só se defender como dar ao fato o viés que lhe aprouver.
Se deles se tem a enorme chance de manipulação de um fato, no anonimato está a perseguição pura e simples da verdade por trás da notícia.
Assim muitos blogs anônimos, e cito aqui o próprio Coronel, chegaram a pautar a imprensa em determinadas notícias e fatos que mais tarde, foram comprovadamente desmentidos.
Nesse sentido, a contra-informação produzida por estes "anônimos" cidadãos, prestou um inestimável serviço à democracia, à verdade dos fatos e, sem dúvida, a verdade de uma informação.

2) Porque tanto incômodo com os ditos "anônimos"?
Por que esta atuação responsável de muitos ( excluem-se aqui aqueles cuja responsabilidade do que diz por ser perfeitamente contestada na justiça pelas ofensas e agressões postadas em seus blogs ) acaba, de alguma forma, atrapalhando determinadas metas na tentativa de desinformar aqueles desavisados que preferem crer naquele jornalista medalhão que faz e acontece com a notícia.
Não é sem motivo que muitos não entendem como conseguimos, como anônimos, postar furos e notícias antes que eles, os medalhões, o façam.
Incomoda quando contestamos informações prestadas como falsas, com argumentos incontestáveis que lhes tira a credibilidade (????) de suas análises ou notícias.
E isso, por que eles não sabem quem somos. Mas querem saber a todo custo, para nos obrigar a sair de nossa clandestinidade e obrigar as nossas fontes a deixar de nos repassar informações que não passam para eles.

3) O cuidado da análise de um fato como arma de contra-informação.
Vamos usar um exemplo prático.
O trabalho feito pelo Coronel ao denunciar a inversão do nome de Serra em pesquisa Vox, passou despercebido por todos os grandes mestres da comunicação online.
Por que?
Será que não interessaria a eles a divulgação por que participariam também da farsa?
Será que simplesmente compraram a mercadoria pronta e levaram uma barrigada?
Será que existiria um nebulosa conspiração dos meios tradicionais de comunicação de "esconder" esse pequeno detalhe?
Estas perguntas foram respondidas pelo Coronel e seu extasiante trabalho de "fuçar" o que parecia ser simples e encontrar ali, no fato, algo que os grandes mestres não viram.

3) Até que ponto os grandes patrocinadores ( principalmente governamentais ) influenciam este ou aquele jornalista?
Isto eu não tenho certeza, mas que tenho uma grande desconfiança, lá isso tenho.
E aqui, vamos a outro claro exemplo.
A Revista Primeira Leitura, uma das mais importantes e completas publicações dos últimos 20 anos. Sufocada financeiramente pela falta de? PATROCÍNIO.
Obrigada que foi a cerrar suas impressoras, perdeu o Brasil uma análise crítica e isenta da política e dos fatos políticos. Lamentável.
No anonimato não temos esta GRANDE preocupação.
Fazemos por amor, por acreditar em algo além da grana advinda das verbas fáceis da publicidade, quando o teclado exprime as idéias do patrocinador.
Temos o tempo estreitado, pelo trabalho que somos obrigados a ter para nos manter, pelos afazeres que nada tem a ver com a editoria de um blog e pela vida que temos fora do mundo do jornalismo.
A verdade que lhes dói, é o trabalho bacana que fazemos sem nada.
Nada de grana, nada de apoio político, nada de publicidade, nada de conchavos, nada de caixa dois e desvios de verbas, nada de projetos (???) financiados com o dinheiro suado e sofrido de nossa gente.
Recebo aqui no blog, denúncias de todos os tipos.
Algumas se vê como levianamente mentirosas.
Outras dignas de credibilidade, mas extremamente perigosas de serem divulgadas.
São anônimos, como nós, que tem os mesmos medos e receios que temos.
Estes são criminosos?
Sabemos bem como funciona a justiça neste país.
Francenildo, o caseiro, ousou falar a verdade e foi massacrado em seu patriotismo ao denunciar a casa de prostuição de Palloci.
A quadrilha petista, hoje no governo, usa descaradamente a Polícia Federal em suas artimanhas de manchar a reputação dos famosos mestres, do jornalismo ou não, com suas acusações que a justiça leva anos para reparar.
O anonimato é sim uma defesa.
Uma defesa, principalmente, contra aqueles que usam a poderosa máquina de fazer vítimas, usufruindo de seu poder e contra aqueles que querem fazer da mentira uma verdade.
Da notícia um arranjo político.
Da democracia uma ditadura.
E, da liberdade, uma prisão dolorosa.

 
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