Serra e os repórteres vendidos e comprados.

20 maio 2010


Repercutiu muito, no dia de ontem, a tentativa asquerosa de um jornalista do grupo terrorista de Franklin Martins, o homem que seria responsável pelo assassinato do embaixador americano se isto acontecesse, de provocar Serra.
Os pilares de uma verdadeira democracia se resumem na Liberdade de Imprensa, na atuação isenta e firme da justiça e em um parlamento comprometido com o que deseja uma nação.
No momento em que vive nosso País, nenhum destes 3 pilares tem correspondido às suas funções.
Sempre disse aqui neste espaço, que esta eleição não seria fácil.
Acrescentei em alguns outros posts, mais um adjetivo. A eleição deste ano será uma guerra declarada.
Não gosto deste troço de rótulo, mas tenho que me sujeitar à ele, para definir o que acontecerá neste País até outubro.
Será a luta do bem contra  mal. Da perspectiva de um regime autoritário, contra a preservação das liberdades que conquistamos. Da verdade dos fatos, contra a mentira sórdida e descarada de bandidos travestidos de salvadores da pátria.
Dos políticos, nunca esperei nada mesmo. Poucos são aqueles que, usando de jargões, honram seus mandatos.
Da justiça, eu esperava mais um pouquinho. Mas vem a decepção sempre que uma sentença é exarada pelos meretíssimos juízes.
Mas da imprensa, eu esperava muito mais.
O jornalismo sobreviveu à ditadura e revelou seus heróis, mesmo debaixo de uma excrecência chamada AI-5.
Hoje, divulgamos ao mundo, a democracia brasileira.
Mas a imprensa tomou para si o papel desempenhado pelos generais de mau humor que governaram o Brasil durante o regime militar.
Muitos deles estavam sugando o leitinho de suas mamadeiras, enquanto outros tomavam borrachadas pendurados nos estribos dos bondes, ou eram cassados pelas ruas, como cachorros raivosos, durante as inúmeras passeatas que enfrentavam o regime militar.
O descaramento com que manipulam o noticiário chega a causar nojo.
Jornalistas, que deveriam ser os primeiros a lutarem de forma aguerrida pela sua própria liberdade de escrever o que pensam, flertam com um governo que todos os dias dá sinais de desprezar a....IMPRENSA e a DEMOCRACIA.
É como se esses miseráveis estivessem pleiteando a entrada nos porões das cadeias, como as que sabemos existir no regime do moribundo Fidel, postados nas portas das delegacias da repressão.
Num regime de ditadores, a primeira vítima é a Imprensa. A segunda é o povo.
E quando estes dois personagens estão aprisionados, toda uma nação é subjugada.
Estamos diante de uma guerra. Uma guerra de sobrevivência de valores intangíveis como a Liberdade de pensar e falar e a Liberdade de escolher quem nos representa.
São valores que não se medem, mas que trazem como consequênica, perdas que tem números exatos e mensuráveis.
Basta ver o número de cidadãos encurralados nas prisões cubanas por simplesmente discordar de opiniões.
Basta contar os inúmeros cidadãos iranianos presos por desafiarem o regime dos aiatolás.
Basta ver o número de pessoas banidas pela força pelo regime de Chaves.
Basta passear pelos cemitérios destes países e contar o número de sepulturas daqueles que ousaram desafiar o príncipe.
Basta flagrar o desespêro daqueles que tentam fugir deste países, onde até mesmo um ato de fuga é crime.
Nesta eleição, cada brasileiro honesto deste País não poderá ficar reclamando em frente às TVs de alguma coisa.
Será preciso que cada um exerça um papel de cidadão diferente daqueles que temos adotado até aqui.
Será preciso que cada cidadão honesto deste País convença seu vizinho do lado sobre o perigo que corre nossa democracia.
Será preciso que cada cidadão convença seu colega da mesa de trabalho do perigo que representa ter sua liberdade cassada.
Será preciso que cada cidadão que ama este País e que tenha acesso aos meios mais avançados de comunicação, que se comunique com seus contatos e peça-lhes que demonstre que também ama este País e a liberdade que ele ainda nos dá.
Será preciso que cada eleitor que goste da política encha o saco de seu representante no legislativo e cobre dele, os compromissos que ele tem com você.
Será preciso que cada brasileiro que se expõe, de forma anônima ou não, nos meios digitais demonstre, TODOS OS DIAS, que o Brasil que eles querem, não é o Brasil que merecemos.
Chegou a hora, enfim, de lutarmos pelo bem de nosso País.
Chegou a hora de mostrarmos aos vendidos e comprados, que liberdade e democracia não se compra ou se vende, simplesmente por que ela não tem preço.

 
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