O que fazer?

23 maio 2010


A atual oposição brasileira não nasceu para ser oposição.
Baseada no fato de ser maioria entre os eleitores, dormiu em berço explêndido, julgando-se acima da possível atuação de qualquer eventual aventureiro.
Até a chegada de LuLLa e sua quadrilha ao poder.
É interessante notar que esse despreparo, inclusive de quem não participa diretamente dos meandros do poder, como nós, ficamos batendo sempre na mesma tecla, repetindo, feitos papagaios de pirata, velhos chavões, Fora LuLLa, abaixo a corrupção, Fora PT e outros similares.
O problema é que somente isso não basta.
O marketing de guerrilha diz que se deve eleger um objetivo principal quando se quer derrotar um “produto” líder.
Deve-se estabelecer as estratégias, movimentar recursos, mobilizar canais de atuação e bater sempre no adversário sem deixar que descanse.
Mas, o mais importante nesta situação, é prever, com a maior exatidão possível, a reação que sem dúvida virá do “produto” atacado.
Vamos transpor o exposto acima para nosso atual processo eleitoral.
Até a exibição da propaganda da quadrilha, a oposição vinha pautando as ações dos marqueteiros da candidata, ela própria e a quadrilha que é sua correia de transmissão.
Quais eram os pontos atacados?
Sua burrice em raciocinar, sua dificuldade em expressar seu raciocínio, as falhas expostas em sua propaganda, sua aparência de boneca assassina, seu passado comprometedor, sua grosseria, suas mentiras e mais um caminhão de outras falhas.
Atirou-se em tudo ao mesmo tempo, mas sem nenhum objetivo que fixasse nela, algo que ficasse realmente marcado como um “produto de má qualidade”.
Eles foram corrigindo os erros que foram apontados.
Esconderam o tal Marcelo do Branco, tiraram coisas amadoras do ar, mudaram a embalagem do produto, tiraram-na da exposição excessiva e guardaram como trunfo, a associação com o meliante.
A “resposta” decisiva à guerrrilha que a oposição fazia até então, veio com o programa eleitoral e a fala do meliante no 1º de maio.
A quadrilha apostou no desrespeito à Lei para alcançar seu objetivo principal.
As multas, irrisórias, podem ser pagas por qualquer empresáriozinho que mama milhões nas tetas do governo mais corrupto da história deste país.
Agora reparem na dicotomia.
O governo de FHC, quando comparado ao de LuLLa no quesito corrupção, foi um governo de anjos, querubins à serviço da nação.
No entanto o que vemos, é a execração da era FHC da qual LuLLa é o principal beneficiário, apesar da “herança maldita” ( conceito criado pela quadrilha ) herdada por eLLe.
Vejo muitos malhando a imprensa ( eu me incluo também neste caso ), como se ela, vendida ou comprada, fosse capaz sozinha de definir o rumo desta eleição.
Ela tem sim, uma importante participação.
Porém, o público que ela atinje é o mesmo que nós.
Uma classe média com acesso aos meios digitais de comunicação.
Alguém duvida que o Blog do Reinaldo tenha mais acessos que o site da Folha por exemplo?
Alguém duvida que o Blog do amigo Coronel tenha mais acessos que os Blogs do Azedume e do garotinho de Botinhas juntos?
Até mesmo este espaço, ainda imberbe na rede, tem mais acessos diários que os dois juntos.
Então, onde estamos errando?
No método.
Continuo teimosamente em minha humilde opinião:
O verdadeiro inimigo do Brasil é LuLLa. Não é Dilma.
É LuLLa e não Dilma quem pode ou não ganhar esta eleição.
É sobre ele que deve ser dirigido o “marqueting de guerrilha” e é para eLLe, que a oposição deveria estar dirigindo suas baterias.
É ele o mito construído que deve ser derrotado.
As oposições estão repetindo agora, o mesmo erro que cometeram quando do mensalão.
Esperaram que LuLLa sangrasse.
Não se preparam para os fatos ocasionais e uma possível reação.
Aí veio o caso Azeredo, e todo mundo foi nivelado por baixo e a hemorragia esperada de LuLLa, virou sangramento coletivo.
LuLLa escapou.
A oposição minguou e LuLLa, virou mito.
Como se desconstrói um mito?
Recorramos então, ao papa dos ditadores. MAQUIAVEL.
“PINZANI afirma, ao interpretar a história de Maquiavel, que o ideal dele consiste, portanto, na criação de um Estado independente pela mão de um príncipe capaz de dar a essa sua criação uma constituição republicana passível de lhe garantir a estabilidade. Nesse sentido, poder-se-ia dizer que O Príncipe trata de como criar um novo Estado e identifica o príncipe como o único sujeito capaz dessa tarefa.”
Por acaso essa tem sido a visão que a quadrilha passa de LuLLa?
Existem motivos de sobra para LuLLa ser declarado o inimigo número um do Brasil.
A oposição tem um verdadeiro arsenal em suas mãos para usar na desconstrução do mito LuLLa.
Repito, o inimigo neste momento, não é Dilma.
É LuLLa.
Basta começar a sua desconstrução.
Basta para isso usar o que nos ensina o próprio Maquiavel.
Maquiavel nos ensina como criar um líder.
Mas fornece os caminhos para destruí-lo.

 
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