Opinião

Os principais eleitores de Serra.

Philip Kloter em seu livro “Administração de Marketing" ( Ed. Atlas ) nos dá um exemplo claríssimo de como funciona a cabeça de um potencial comprador.
Um consumidor quando procura uma loja de materiais de construção para comprar uma broca o que ele quer, de verdade, é comprar um “furo na parede”.
Mas e a broca?
A broca significa a comodidade e a precisão que ele necessita para fazer este furo.
A evolução da comunicação trazida pelo avanço espetacular da Internet ocorrida nos últimos anos, permite encurtar a diferença que existe entre os vários valores envolvidos na informação disponível.
Nada se torna verdade irremediável ou mentira disfarçada aos olhos atentos da rede, nem nada fica muito tempo às escondidas.
O passado fica aprisionado nos pcs pessoais, desde que se descobriu o Control V/Control C, fazendo com que estas máquinas guardem preciosas informações que podem ser sacadas sempre que se faça necessário.
As falsas verdades podem assim, serem facilmente desmentidas ou terem comprovadas sua autenticidade e sua autoria, de uma forma devastadoramente inquestionável.
Da mesma forma as meias verdades, o roubo intelectual e a disseminação de informações enviesadas, podem ser desconstituídas com a simples busca na caixinha de segredos ( cache ) da Web com a ferramenta Google.
Mentir na rede é assegurar-se de dar um tiro em direção ao próprio pé.
Esta eleição, sem dúvida alguma, terá a internet como fator diferencial e importante no sucesso ou derrocada de uma candidatura.
Antes que os apedrejadores de plantão se manifestem, esclareço que disse que será importante fator, não necessariamente, que ela irá decidir.
Voltemos ao mestre Kloter.
As pessoas, primariamente, compram produtos que satisfaçam seus desejos e ambições, que lhes assegure conforto e bem estar e que tenham credibilidade no mercado a que eles se destinam.
Voltemos então ao comprador de broca, ou melhor, de um “buraco na parede”.
Qual dos dois candidatos representaria o buraco na parede?
Dizem as pesquisas que a maioria do eleitorado opta pela continuidade. Ok.
Continuidade de que?
Dos benefícios conquistados até agora e não de PESSOAS.
Qual dos dois representaria, neste momento, a esquecida e desprezada broca?
Sem sombra de dúvidas, a candidatura presidencial.
Serra foi extremamente feliz em suas colocações quando de seu discurso na festa do PSDB.
Posicionou-se como aquele com maiores condições de realmente dar continuidade aos pontos que representam o anseio da população. E não só isso, como aquele que tem efetivas condições de oferecer mais.
E Serra oferece ainda, benefícios adicionais: a ÉTICA, a SERIEDADE, a HONESTIDADE e a ALMA na gestão pública, acentuando verdadeiras deficiências na gestão atual. Um discurso comparativo-sentimental que toca fundo, segundo os princípios da Neurolinguística
Pessoalmente reforça sua imagem como alguém experiente na vida pública e política.
A escolha do slogan “Nós podemos mais” significa a síntese desta estratégia.
A candidatura da situação, ao contrário, apresenta o pior de todos os defeitos: NÃO TER COMUNICAÇÃO PESSOAL.
Os eleitores NÃO QUEREM LULA, por que sabem que ele não está disponível. As pessoas querem alguém que o substitua com competência para continuar usufruindo dos benefícios alcançados.
E Ela, não consegue gerar empatia com quem a assiste e nem transmitir a segurança necessária de que tem capacidade para dar continuidade ao que anseia os eleitores.
O raciocínio confuso, a comunicação enviesada, frases desconectadas do conteúdo principal, a antipatia estampada em sua imagem, tornam Dilma, um produto dificílimo de ser “vendido”, para um mercado que, segundo as pesquisas, está altamente seletivo.
Onde erra o PSDB?
Existem hoje na rede milhares de blogs, sites pessoais, microblogs que fazem anonimamente o trabalho de desconstruir as meias e inteiras mentiras divulgadas pela rede.
Gente que tem uma audiência cativa com um número incomensurável de adeptos que não estão sendo “aproveitados” pela campanha de Serra.
São anônimos participantes de uma guerra de informações preciosas que podem ajudar a definir esta eleição.
São pessoas que perdem seu tempo vasculhando os “arquivos” da rede atrás de informações valiosas que podem jogar por terra toda uma tática diversionista de escamotear a verdade, de plantar mentiras como verdades absolutas.
São anônimos que defendem uma causa, simplesmente por acreditar nela.
Sem patrocínios, sem se sujeitar ao dinheiro fácil, sem vilipendiar suas personalidades, sem os grandes meios de comunicação.
São anônimos que lutam apenas por um ideal.
Esses anônimos guerreiros não estão sendo devidamente aproveitados pelo PSDB.
Quem sabe não estará nas mãos deles, principais eleitores de Serra, a tarefa de mostrar ao eleitor que Serra é o “buraco na parede” milimetricamente ajustado para fazer na parede, o furo exato que o eleitor espera?