O Irrepreensível discurso de Serra.

11 abril 2010


Serra, foi simplesmente irrepreensível em seu discurso.
Portou-se como um verdadeiro estadista.
Foi duro, sem ser agressivo.
Foi meigo, sem se mostrar subserviente.
Serra, não deixou escapar nada que não esteja refletido nas pesquisas como pontos de insatisfação daqueles que vão decidir as próximas eleições.
Também não deixou dúvidas naqueles que apostam em comparações entre passado e presente.
Serra, de forma hábil, trouxe o passado de FHC e do PSDB para minimizar o “Nunca antes na história deste país”.


"Nos últimos 25 anos, o povo brasileiro alcançou muitas conquistas: retomamos a Democracia, arrancamos nas ruas o direito de votar para presidente, vivemos hoje num país sem censura e com uma imprensa livre. Somos um Estado de Direito Democrático. Fizemos uma nova Constituição, escrita por representantes do povo. Com o Plano Real, o Brasil transformou sua economia a favor do povo, controlou a inflação, melhorou a renda e a vida dos mais pobres, inaugurou uma nova Era no Brasil. Também conquistamos a responsabilidade fiscal dos governos. Criamos uma agricultura mais forte, uma indústria eficiente e um sistema financeiro sólido. Fizemos o Sistema Único de Saúde, conseguimos colocar as crianças na escola, diminuímos a miséria, ampliamos o consumo e o crédito, principalmente para os brasileiros mais pobres. Tudo isso em 25 anos. Não foram conquistas de um só homem ou de um só Governo, muito menos de um único partido. Todas são resultado de 25 anos de estabilidade democrática, luta e trabalho. E nós somos militantes dessa transformação, protagonistas mesmo, contribuímos para essa história de progresso e de avanços do nosso País. Nós podemos nos orgulhar disso.”

Serra se inclui entre aqueles que lutaram pela volta da democracia e também o governo de FHC na raiz da situação econômica atual. Lembrou indiretamente o PROER, tão criticado pela quadrilha. Lembrou ser o criador do SUS.
Nós podemos nos orgulhar. A frase retrata a responsabilidade do PSDB e dele Serra, com estas conquistas.

"Mas, se avançamos, também devemos admitir que ainda falta muito por fazer. E se considerarmos os avanços em outros países e o potencial do Brasil, uma conclusão é inevitável: o Brasil pode ser muito mais do que é hoje.
Mas para isso temos de enfrentar os problemas nacionais e resolvê-los, sem ceder à demagogia, às bravatas ou à politicagem. E esse é um bom momento para reafirmarmos nossos valores. Começando pelo apreço à Democracia Representativa, que foi fundamental para chegarmos aonde chegamos. Devemos respeitá-la, defendê-la, fortalecê-la. Jamais afrontá-la.
Democracia e Estado de Direito são valores universais, permanentes, insubstituíveis e inegociáveis. Mas não são únicos. Honestidade, verdade, caráter, honra, coragem, coerência, brio profissional, perseverança são essenciais ao exercício da política e do Poder. É nisso que eu acredito e é assim que eu ajo e continuarei agindo. Este é o momento de falar claro, para que ninguém se engane sobre as minhas crenças e valores. É com base neles que também reafirmo: o Brasil, meus amigos e amigas, pode mais.”

O Brasil, apesar de todo o estardalhaço feito por LuLLa e sua quadrilha, capengou quando comparado com outros países. Serra propõe retirar as bravatas, a politicagem e a demagogia de cena.
Serra reforça sua crença e a importância de se preservarem os valores democráticos e o Estado de direito, ao contrário do que faz a quadrilha de LuLLa que abusa das mentiras e das constantes agressões às Leis e às Instituições legais do Brasil.
Serra toca em pontos polêmicos e caros ao povo brasileiro para reafirmar que quer unir ao invés de separar, de incluir ao invés de excluir, de agregar ao invés da desagregação racial e homofóbica estimulada pela quadrilha.
Que não faz diferença entre pobres e ricos, negros e brancos, por que todos fazem parte de uma mesma nação. Todos somos brasileiros. Filhos de uma só pátria, de uma só nação.

"Ninguém deve esperar que joguemos estados do Norte contra estados do Sul, cidades grandes contra cidades pequenas, o urbano contra o rural, a indústria contra os serviços, o comércio contra a agricultura, azuis contra vermelhos, amarelos contra verdes. Pode ser engraçado no futebol. Mas não é quando se fala de um País. E é deplorável que haja gente que, em nome da política, tente dividir o nosso Brasil. Não aceito o raciocínio do nós contra eles. Não cabe na vida de uma Nação. Somos todos irmãos na pátria. Lutamos pela união dos brasileiros e não pela sua divisão. Pode haver uma desavença aqui outra acolá, como em qualquer família. Mas vamos trabalhar somando, agregando. Nunca dividindo. Nunca excluindo.
Minha história pessoal está diretamente vinculada à valorização do trabalho, à valorização do esforço, à valorização da dedicação. Lembro-me do meu pai, um modesto comerciante de frutas no mercado municipal: doze horas de jornada de trabalho nos dias úteis, dez horas no sábado, cinco horas aos domingos. Só não trabalhava no dia 1 de janeiro. Férias? Um luxo, pois deixava de ganhar o dinheiro da nossa subsistência. Um homem austero, severo, digno. Seu exemplo me marcou na vida e na compreensão do que significa o amor familiar de um trabalhador: ele carregava caixas de frutas para que um dia eu pudesse carregar caixas de livros.
E eu me esforço para tornar digno o trabalho de todo homem e mulher, do ser humano como ele foi. Porque vejo a imagem de meu pai em cada trabalhador. Eu a vi outro dia, na inauguração do Rodoanel, quando um dos operários fez questão de me mostrar com orgulho seu nome no mural que eu mandei fazer para exibir a identidade de todos os trabalhadores que fizeram aquela obra espetacular. Por que o mural? Por justo reconhecimento e porque eu sabia que despertaria neles o orgulho de quem sabe exercer a profissão. Um momento de revelação a si mesmos de que eles são os verdadeiros construtores nesta nação.”

Nada mais claro. Nada mais conciso.
Enquanto o petismo faz dos trabalhadores sua massa de manobra, seu  meio de vida, Serra propõe a valorização do trabalho e da educação. A lembrança da vida pobre e, a partir dela o desejo de crescer como pessoa através do estudo, desmoraliza a falácia de LuLLa em favor da ignorância e da quadrilha que suga dos trabalhadores o suor de seu trabalho. A Bancoop é o mais claro exemplo do respeito que eles tem pelo trabalhador.
Ao trazer seu curriculum político e sua vida pessoal, Serra destrói com sutileza a cantilena do operário que chegou à presidência e que sabe, como Nunca antes na história deste país, entender o trabalhador brasileiro.

“Vejam que dado impressionante: nos últimos anos, mais de 100 acordos de livre comércio foram assinados em todo o mundo. São um instrumento poderoso de abertura de mercados. Pois o Brasil, junto com o MERCOSUL, assinou apenas um novo acordo (com Israel), que ainda não
entrou em vigência!”

O fracasso da política externa brasileira não ficou de fora, assim como o meio ambiente e o crescimento sustentável.

"O Brasil está cada vez maior e mais forte. É uma voz ouvida com respeito e atenção. Vamos usar essa força para defender a autodeterminação dos povos e os direitos humanos, sem vacilações. Eu fui perseguido em dois golpes de estado, tive dois exílios simultâneos, do Brasil e do Chile. Sou sobrevivente do Estádio Nacional de Santiago, onde muitos morreram. Por algum motivo, Deus permitiu que eu saísse de lá com vida. Para mim, direitos humanos não são negociáveis. Não cultivemos ilusões: democracias não têm gente encarcerada ou condenada à forca por pensar diferente de quem está no governo. Democracias não têm operários morrendo por greve de fome quando discordam do regime.”

A mais dura e contundente das críticas feitas por Serra.
Sua condição de duplo exilado lhe permite cravar um punhal nas relações estapafúrdias do Brasil de LuLLa com regimes autoritários, principalmente no que diz respeito à Cuba e o recente episódio da morte de Zapata onde o Brasil, assumindo a irresponsabilidade de LuLLa, Marco Aurélio e Amorim, sujaram com sangue a longa tradição da política externa brasileira de não apoiar terroristas, ditaduras e nem se imiscuir na política interna de outros países como na vergonhosa atuação do Brasil no caso de Honduras.

"O Brasil não tem dono. O Brasil pertence aos brasileiros que trabalham; aos brasileiros que estudam; aos brasileiros que querem subir na vida; aos brasileiros que acreditam no esforço; aos brasileiros que não se deixam corromper; aos brasileiros que não toleram os malfeitos; aos brasileiros que não dispõem de uma "boquinha"; aos brasileiros que exigem ética na vida pública porque são decentes; aos brasileiros que não contam com um partido ou com alguma maracutaia para subir na vida. Este é o povo que devemos mobilizar para a nossa luta; este é o povo que devemos convocar para a nossa caminhada; este é o povo que quer, porque assim deve ser, conservar as suas conquistas, mas que anseia mais. Porque o Brasil, meus amigos e amigas, pode mais. E, por isso, tem de estar unido.
O Brasil é um só.
Pretendo apresentar ao Brasil minha história e minhas idéias. Minha biografia. Minhas crenças e meus valores. Meu entusiasmo e minha confiança.
Minha experiência e minha vontade.”

Serra chama para sua caminhada o Brasil honesto e trabalhador, o Brasil decente e que respeita as leis, o Brasil que não admite a esperteza por uma boquinha melhor, uma facilidade, mas que se orgulha de manter sua família com o trabalho honesto do dia-a-dia. Chama para junto de si, o Brasil que não se divide em negros e brancos, pobres e ricos, empregados e patrões, mas o Brasil da união e da alegria de ser simplesmente brasileiros de uma só nação.

"Juntos, vamos construir o Brasil que queremos, mais justo e mais generoso. Eleição é uma escolha sobre o futuro. Olhando pra frente, sem picuinhas, sem mesquinharias, eu me coloco diante do Brasil, hoje, com minha biografia, minha história política e com esperança no nosso futuro. E determinado a fazer a minha parte para construir um Brasil melhor. Quero ser o presidente da união. Vamos juntos, brasileiros e brasileiras, porque o Brasil pode mais."

Serra foi, como dissemos, irrepreensível, completo, denso.
A luta começa agora.
Será a luta do Brasil honesto contra as falcatruas e a falta de respeito.
Do Brasil sério contra o Brasil irresponsável de LuLLa e de sua quadrilha.
Essa é uma luta de valores.
Valores morais, éticos, culturais e políticos.
Vamos juntos nessa caminhada.

 
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