Nunca antes neste país se roubou tanto.

02 março 2010


Reprovação do Brasil no processo de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrrorismo pelo Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi), prevista para acontecer em junho, em Amsterdã, na Holanda, é inevitável e de fácil entendimento para qualquer cidadão. Levantamento do número de processos em tramitação nos Tribunais Regionais Federais deixa claro que a aplicação de punição aos réus acusados desse tipo de crime é praticamente impossível no país em razão da falta de estrutura do Judiciário para a análise das ações, além de deficiências na legislação específica. Hoje, são 60,7 mil processos em tramitação nas varas especializadas em lavagem de dinheiro, instaladas em 14 estados e no Distrito Federal, sendo que, em alguns estados, como Minas Gerais, até o fim do ano passado um único juiz era responsável pela instrução de quase 6 mil ações, ou seja, 10% do total no país.
O Gafi produziu o relatório parcial sobre o Brasil depois de ouvir várias pessoas envolvidas no combate ao crime de lavagem de dinheiro. Nele, o grupo cita como exemplo de casos de impunidade a paralisação de ações contra o banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, e contra a empreiteira Camargo Corrêa, suspensas por determinação das cortes superiores. O relatório do grupo faz menção ainda ao grande escândalo do Banestado, envolvendo remessas ilegais de divisas da ordem US$ 19 bilhões para os Estados Unidos na década de 1990 e descoberta em 2003, mas até hoje sem punições efetivas. O Brasil ainda tem direito de defesa, mas dificilmente reverterá a situação. Na verdade, o puxão de orelhas representará um retrocesso, já que, no passado, o país conseguiu arrancar do rigoroso Gafi um elogio em razão da criação, na Justiça Federal de 1ª instância, das varas especializadas no combate à lavagem de dinheiro.

Anacronikus:
Um bom ítem de comparação.
Continuamos perguntando:
CADÊ O PIBINHO DO CACHAÇA?

 
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